O ouvir e contemplar músicas regionais, clássicas e antigas
entremeadas de história é mais do que simplesmente um bom gosto estético, é fazer
uma investigação espiritual da nossa própria genealogia. Independentemente das
diferenças de origem dos compositores de tais músicas, muitas vezes anônimos,
sejam eles judeus, mouriscos ou cristãos, espanhóis ou portugueses, italianos
ou gregos, alemães ou franceses; o homem da atual revolução das órbitas celestes,
homem que perde cada vez mais sua identidade e sentido no mundo, pode encontrar
nas contemplações musicais a genealogia comum que faz dele o homem que possui
uma verdadeira alma, pode encontrar uma genealogia como os judeus a encontram
lendo o Livro das Crônicas.
O homem ocidental, em sua cultura, é cristão, grego, romano,
mas também judeu e árabe. E buscando as delicadezas intuitivas das belas artes
cultivada, pode-se achá-lo até mesmo oriental-asiático. Deixemos, assim, de
lado os termos ocidental e oriental, pois, quanto mais sentimos os traços
herdados de cada cultura, caminhamos para as origens. Sentimos, reconhecemos
tecnicamente as raízes, traçando nossa genealogia de alma humana com a arte musical
até chegarmos ao casal original, adquirindo então fundamento que nos retrate e
nos confidencie quem somos.
Autor: Marcelo Luiz Pereira Neto
Autor: Marcelo Luiz Pereira Neto
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