sexta-feira, 11 de julho de 2014

PENSAMENTO DE C.S.LEWIS PARA MEDITAR

C.S.Lewis foi um escritor inglês, autor de As Crônicas de Nárnia, amigo de J. R. R. Tolkien. C.S.Lewis se converteu do ateísmo para o cristianismo e se tornou anglicano. Seu amigo Tolkien é conhecido por sua trilogia O Senhor dos Anéis, ele e a sra. Tolkien eram católicos devotos.
Segue abaixo um emblemático pensamento de C.S.Lewis para meditar.

"Para manter esta seção curta o suficiente para ir ao ar, só mencionei os pontos de vista materialis­ta e religioso. Para completar o quadro, tenho de men­cionar o ponto de vista intermediário entre os dois, a chamada filosofia da Força Vital, ou Evolução Criativa, ou Evolução Emergente, cuja exposição mais brilhante e arguta encontra-se nas obras de Bernard Shaw, ao pas­so que a mais profunda, nas de Bergson. Seus defenso­res dizem que as pequenas variações pelas quais a vida neste planeta "evoluiu" das formas mais simples à for­ma humana não ocorreram em virtude do acaso, mas sim pelo "esforço" e pela "intenção" de uma Força Vital. Quando fazem tais afirmações, devemos perguntar se, por Força Vital, essas pessoas entendem algo semelhan­te a uma mente ou não. Se for semelhante, "uma mente que traz a vida à existência e a conduz à perfeição" não é outra coisa senão Deus, e seu ponto de vista é idên­tico ao religioso. Se não for semelhante, qual o sentido, então, de dizer que algo sem mente faça um "esforço" e tenha uma "intenção"? Este argumento me parece fatal para esse ponto de vista. Uma das razões pelas quais as pessoas julgam a Evolução Criativa tão atraente é que ela dá o consolo emocional da crença em Deus sem im­por as consequências desagradáveis desta. Quando nos sentimos ótimos e o sol brilha lá fora, e não queremos acreditar que o universo inteiro se reduz a uma dança mecânica de átomos, é reconfortante pensar nessa gigan­tesca e misteriosa Força evoluindo pelos séculos e nos car­regando em sua crista. Se, por outro lado, queremos fa­zer algo escuso, a Força Vital, que não passa de uma for­ça cega, sem moral e sem discernimento, nunca vai nos atrapalhar como fazia o aborrecido Deus que nos foi en­sinado quando éramos crianças. A Força Vital é como um deus domesticado. Você pode tirá-lo de dentro da caixa sempre que quiser, mas ele não vai incomodá-lo em ocasião alguma — todas as coisas boas da religião sem custo nenhum. Não será a Força Vital a maior invenção da fantasia humana que o mundo jamais viu?"